
Podem-me agarrar os ombros e abanar-me todo o corpo, podem gritar nos meus ouvidos... Mas eu não estou neste Mundo. Aliás, há dias em que eu penso que não pertenço aqui. Não sou, definitivamente, normal. Sou de poucas palavras, ando sempre cabisbaixa, e a única coisa que me faz sentir eu própria é tocar piano. Abre-me as asas, dá-me um empurrão e eu voo ao sabor do vento e do cheirinho a Outono. É mais do que um passatempo: é uma vida.
Tirem-me as mãos, mas matem-me logo de seguida. Quem seria eu sem isto? Já não sou ninguém, mas seria de um nível ainda mais abaixo.
Sinto o cabelo à frente dos olhos, mas não vou parar para o tirar. Não me incomoda.
Gosto de sentir a intensidade do som que as minhas mãos produzem, e, sendo possível de imaginar, vou-me movimentando ao ritmo da música. Não, não sou filha de Beethoven... Mas sou filha de Deus. Isso não conta?
Não tenho dificuldade em encontrar a tecla certa, e não costumo errar nas notas. As pautas já saíram da minha frente faz alguns anos; faço a minha própria música, e as pautas estão no meu coração... são a minha identidade.
Quando a inspiração acaba e a dor desvanece, abro os olhos e sinto-me como nova. É como se tivesse recomeçado a minha vida. Agora, um trovão podia-me atingir, podia ser atropelada. Até tu, podias-me deixar sozinha. Eu iria em paz, completa. Porque nós nunca perdemos a nossa identidade, ela vai connosco para lá, para bem longe, e nunca poderá ser apagada.
Mas como te incluo nas minhas pautas, tu irás comigo também.
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está LINDOOOO, adoooro
ResponderEliminarAdorei, a intensidade das tuas palavras são tão boas de ler :) *
ResponderEliminarObrigadaa (:
ResponderEliminarobrigada. :3 / podes crer, á certas amizades, que valem ouro. :o
ResponderEliminarGostei
ResponderEliminar:D
que lindo fabiana, que lindo *
ResponderEliminarperder a esperança nuncaa. AMO !
ResponderEliminarestá LINDÍSSIMO!
ResponderEliminartão lindo fabiana, consegues escrever duma maneira que nos faz viver tudo.
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