quinta-feira, 30 de setembro de 2010

letter number 16: to someone who isn't in my city/country

não há um dia em que através dos meus pensamentos eu não vá ter contigo abraçar-te. todas as noites antes de adormecer beijo as tuas pálpebras e moldo os teus dedos nos meus. não sei se sentes a minha presença espiritual, não sei se percebes porque a todas as horas vagueio entre os teus poros à procura da fonte da tua essência que te faz ser quem és. tenho medo que nos meus sonhos a terra se divida a meio e nós fiquemos separados por um oceano incandescente. por isso agarro-me ao que sei ser o teu amor profundo e inconfundível por mim e não me deixo levar pela brisa do horror e da dor.
em todas as minhas manhãs o primeiro pensamento que me ocorre é a tua imagem, e mais uma vez abro os olhos para viver por ti e para ti. é a força do teu respirar que faz o meu coração bater; e os teus suspiros dão origem às minhas lágrimas insaciáveis de tormento.
meu príncipe... as doze badaladas da tua meia-noite já passaram e tu ainda não te foste embora, e os teus sapatos ainda continuam em cada um dos teus pés. vais ficar para mais uma dança comigo? vamos balançar-nos entre as estrelas e a lua cheia e vamos deixar-nos levar pela doce melodia do som dos nossos corações. são batidas irregulares que retratam os nossos sentimentos e que - tenho a certeza - dariam a música mais perfeita do mundo.
sabias que os teus braços são o canto mais confortável do mundo? mal posso esperar por voltar a tê-los enrolados em mim. contigo sinto-me protegida e segura de qualquer terramoto que se possa aproximar.
não quero que te afastes de mim. será pedir muito? tu és eu. eu sou tu. somos nós, nós os dois. formamos um só eu.
e enquanto neste momento estás encostado numa cadeira, eu poderia estar a enrolar os meus dedos no teu cabelo e a sussurrar-te palavras mais doces do que mel. mas não terás de esperar muito para que isso aconteça.

meu querido, sei que isto não parece uma carta, mas lamento desapontar-te, pois é uma carta sim. mas uma carta em forma de pensamento que foi transmitido para o papel letra a letra pela electricidade dos meus dedos.
parece estranho este corpo da carta, não parece? mas é simplesmente tudo aquilo que me escorre pela garganta quando pronuncio o teu nome ou o revejo na minha alma.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

letter number 15: to the person I miss the most

daqui a 10 anos...

meu amor,
como estás? como tem sido a tua vida? como está o teu trabalho? a tua doce mãe, continua a mesma de sempre? e esse coração, como tem andado? tens tido saudades minhas como eu tenho tido tuas? chega de perguntas, não achas?
vou falar um pouco da minha vida, porque tenho a certeza de que te deves estar a perguntar como eu tenho andado. sabes, ultimamente tenho tido uma vida até boa. tenho conseguido safar as crianças de problemas psicológicos graves e ajudado toxicodependentes a fugir do vício maior que a alma deles. tem sido difícil, árduo. tenho passado noites em branco a pensar, a pensar, a pensar. mas tudo deu resultado, graças a Deus. lembras-te de quando a minha mãe dizia que não queria que seguisse esta profissão? acho que agora ela se sente enganada, e que percebe o quanto eu amo isto com todo o meu coração. ela tem sido o meu grande apoio, e até me tem ajudado em muitas coisas. o que é difícil no meio disto tudo é sentir um grande vazio dentro de mim. às vezes chego a casa e vou directa para a casa-de-banho: mergulho logo numa banheira cheia de espuma e quando dou por mim vejo as minhas lágrimas misturarem-se com a água. sei que tanto uma como outra são transparentes, mas eu consigo distinguir o que é exterior do que me é interior. parece até que vejo o nível da água da banheira subir - e não estou a exagerar. sinto tanto a tua falta! tenho a certeza que contigo a meu lado seria tudo muito mais fácil, e eu seria completamente feliz. a cada dia que passa desde que te foste embora eu tenho escrito uma simples frase no caderno acerca de como me sinto. qualquer dia preencho todo o caderno. mas não posso desesperar agora. estou prestes a voltar a estar perto de ti. já comecei a tratar da papelada toda, já arranjei emprego e uma nova vida.
por isso, prepara um quarto e um abraço apertado, porque eu estou prestes a chegar.

amo-te

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

letter number 14: to someone I've drifted away from

já fomos amigos chegados, pode-se dizer que sim. quando ainda não nos conhecíamos bem eu pude deduzir facilmente que eras tímido e que só falavas mais com pessoas que estivessem perto de ti. entretanto, a nossa amizade foi-se intensificando. não que fôssemos os melhores amigos, que contássemos tudo um ao outro, que partilhássemos muitas experiências... mas falávamos relativamente. sei que quiseste saber coisas sobre mim que nem todos sabiam.
o tempo foi passando. duma coisa que me lembro bem foi dum longo desafio de números nos quais eu ganhei - era simplesmente um divertimento, enfim. coisas de adolescentes. (?)
este verão falámos um pouco mais, e eu descobri o teu jeito e afeição pelas palavras. nem fazia a mínima ideia que eras tu, não desconfiava. derretia-me ao ler os teus textos, eram completamente perfeitos. parecia que nunca tinha lido nada assim vindo de um rapaz, sei lá. eram mesmo bonitos, não me canso de dizer. mas o facto de me esconderes que eras quem eras e teres contado a alguém que ainda não te era nada, não foi bom.
mas isso não foi o pior desta história.
a principal razão pela qual nos afastámos foi por eu descobrir que não podia confiar em ti, nunca mais. apesar de eu também não ter agido da forma mais correcta, tu não ficaste atrás. e depois de tudo isso acontecer ainda puseste mais lenha para o fogueira. e qual foi o resultado de tudo isto? afastarmo-nos, não haver diálogo entre nós, zero. fim.
não passou muito tempo depois deste processo ter começado, mas aposto que poucas pessoas devem ter reparado no enorme vazio que agora predomina entre nós: uma barreira de aço invisível.
sabes? não sei se alguma vez te irei perdoar. o que tu fizeste foi errado, muito errado. trocaste a minha confiança pela de alguém até então desconhecido. gostarias que te fizessem isso a ti? desiludiste-me. sim, realmente é verdade. desiludiste-me. e pode ser que o silêncio entre nós faça com que me esqueça, ou então... pode ser que faça com que eu me esteja sempre a lembrar do porquê de tudo isto.
«Os ausentes fazem sempre mal em voltar.» Jules Renard
será isso? será que não valerá a pena? talvez o esquecimento nunca seja mais forte que a minha alma.
até lá.

domingo, 26 de setembro de 2010

letter number 13: to someone I wish could forgive me

pelas vezes que faço com que te magoes, pelos remoinhos de dor que te envio do mais profundo do meu ser, pelo que te faço passar, pelas vezes que te calco sem pudor, pelos abraços que não te dou... esta carta é-te dirigida, que és todo o meu ser e todo o meu eu num só órgão, coração.
perdoa-me por todo o mal que te faço. mas sabes que a minha alma é gritante por um motivo: pela pessoa que mais odeio. sim, para a qual a última carta foi dirigida. entendes-me? óbvio. é óbvio que te entendes a ti próprio. tu e o meu cérebro comandam tudo de mim. mas sabes que a minha alma tem vontade própria, e ela só sabe vaguear para locais que te partem vezes e vezes sem conta. mas ainda existe aquele carinho e amor que te compõem, da pessoa mais terna do universo... mas a mesma que te destrói vezes e vezes sem conta. mas sei que, lá no fundo, não te importas. não és o mesmo sem ela. nem tu, nem eu. mas também não quero saber quem serei. não quero ver o meu futuro denegrir! e quero mais uma vez que me perdoes, por te ter ensinado a amar quem está longe e não pode retribuir tudo num todo. perdoa-me. sou uma egoísta para contigo, mas quem te mandou dar-me ouvidos? quem?
desculpa. não tens culpa de estares pendente de outrem. mas a vida é assim, injusta para contigo e, automaticamente, para comigo. somos apenas pedaços de carne que vadiam entre a escuridão à procura das migalhas de amor que juntas podem formar um grande bolo. o bolo do qual nos alimentamos e que faz com que sobrevivamos. eu sei que por muito magoado que estejas vais sempre estar satisfeito. porque estás preenchido. e eu também estou! mas ainda assim quero que me perdoes. tenho medo que um dia não aguentes e eu me vá. e depois não terei tempo para dar continuidade ao meu sentimento.
um conselho: vai com calma, devagar. temos muito tempo. o amor não é como a areia: não nos foge entre os dedos. ele enterra-se nos nossos poros e vai-nos tornando cada vez maiores, mais fortes, mais poderosos.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

letter number 12: to the person I hate the most and who caused me a lot of pain

podes não ser bem uma pessoa, mas a destruição que provocas... nem o humano mais malvado conseguiria provocar.
és exagerada, um traste. do melhor que tenho na vida, roubaste-me parte. fizeste-me e continuas a fazer-me feridas quando passas por mim à velocidade da luz. és poderosa mas ao mesmo tempo fraca, porque no meu caso, não conseguiste apagar a chama, conseguiste atea-la ainda mais e deste-me vontade de ser mais forte e corajosa; fizeste com que eu tivesse a certeza de sentimentos que há muito tentavam esconder-se entre os meus poros. nisso, tenho a agradecer-te em parte, a odiar-te por outra.
é difícil viver contigo à espreita por debaixo da minha cama todos os dias. raramente me esqueço de ti, sabes? és como algo asqueroso a que tenho de dar a mão todos os dias. porque para ter quem mais amo do meu lado preciso de saber lidar contigo e com os teus dilemas. gostas de fazer as pessoas sofrer, não é? quem te inventou devia ser exterminado por completo, e os seus descendentes com atitudes masoquistas para com o seu coração também. todos nós temos possibilidades de te ultrapassar, há opções... mas nem sempre são as melhores. são difíceis, árduas. e, pior de tudo, deixam-nos com sequelas graves. tanto elas como as feridas nos deixam cicatrizes eternas: nunca mais se apagarão do nosso âmago. às vezes parece que nem as sentimos mas um dia mais tarde elas voltarão para nos infernizar a vida.
és mais forte do que todos nós juntos e bons de saúde, pois deixas-nos os neurónios em papas. «porque existe tu, maldita? porque fazes com que o meu amor não possa ser também carnal?»
és horrível. muitas vezes destróis tudo o que há de bom em nós para dar lugar à dor e ao sofrimento. e o melhor de tudo é que te sentes bem com isso. sentes-te feliz por deixar duas almas gémeas a vastos espaços de um abraço. só queres saber de ti e apenas queres existir, mesmo que isso custe a vida e a felicidade de muitas pessoas.
mas eu tenho tudo planeado. um dia, vou vencer-te. vais ver que sim. e nesse dia, vais saber como se escreve o meu nome.

para ti, distância

sábado, 18 de setembro de 2010

letter number 11: to a deceased person I wish I could talk to

não sei como serias. não faço a mínima ideia. não sei se serias gémeo ou gémea dos meus genes, ou se serias o contrário de mim. não sei de que cor seriam os teus olhos, não sei de que tom seria a tua pele. não sei como seria a tua forma de ser. não sei se nos iríamos dar bem, ou se iríamos ter todos os dias uma discussão como muitos irmãos têm. não sei. na verdade, não sei absolutamente nada de ti. foste-te embora antes de te puder dizer olá, e pouco tempo estiveste entre os nossos corações. naquela altura eu pouco sabia sobre a vida, pouco tinha vivido. se sofri? se sofri não dei por tal, era ainda tão criança que - repito - pouco sabia o que era viver. sabia que já não ia ser única. sabia que tinha de partilhar coisas e afectos. sim, eu sabia e queria muito. queria não ter de estar só, queria ter alguém para brincar, alguém para conversar. e quando os anos passassem seria a tua confidente. sei agora disso. sei que com o tempo nos iríamos dar bem e seríamos unha e carne. eu reveria-me em ti vezes e vezes sem conta e pensaria como seria possível sermos tão parecidos. e era por isso que nos poderiam chamar irmãos de sangue. o espelho um do outro, mas com diferentes feições.
por esta altura terias mais ou menos a mesma idade que eu tinha quando te perdi para os céus. raramente penso nisto... mas esta casa seria tão diferente contigo aqui. teria mais vida, mais barulho, sentiria-se mais respiração no ar, eu saberia que estavas cá, bem perto de mim. quererias-me espreitar a privacidade para depois contar tudo à mãe e espalhar pelo resto da família. quererias-me irritar porque gostavas de me ver nervosa. coisas habituais... mas coisas a que não tive direito. tiraram-te de mim antes que pudesse te agarrar a mão e dar forças para ficar; antes de puder gritar o teu nome ainda desconhecido e fazer com que te agarrasses à vida com unhas e dentes. mas ainda no princípio de tudo não foste suficientemente forte para te agarrares à realidade no mesmo local onde eu um dia também estive e passei pelo mesmo. mas eu consegui, e tu não. o que pensará a tua alma que ficará na infância para todo o sempre enquanto eu estou a escrever para ti? nunca falei contigo. e tenho pena disso. era bom puder notar que alguém era parecido comigo. era ainda melhor puder saber que alguém queria, no futuro, ser como eu. na minha imaginação, tudo isto seria assim. tu, eu, uma vida, votos de confiança e alianças infindáveis. quer dizer... não sei se o facto de querer ser como eu era bom para ti, mas seria para o meu ego. não vale a pena pensar nisso. não vale a pena matutar no que não existe mas poderia existir, faz-nos sofrer. espezinha-nos as entranhas e rói-nos o cérebro de uma só vez.
sabes, tenho a certeza de que te ia amar com tudo o que tenho. com todo o meu coração. e sei que os dois ainda iríamos chorar muito, partilhar muitas experiências e viver infinitos momentos juntos.
mas agora eu estou sozinha. e tu nunca chegaste a partilhar nada comigo - só onde permanecemos, mas tu em muito menos tempo que eu. talvez numa outra vida ainda nos conheçamos. ou melhor, vamo-nos conhecer. prometes isso?

com saudades que já vêem de trás bem camufladas,
a tua irmã perdida.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

letter number 10: to someone I don't talk as much but who I'll like to

escrevo-te a ti, doce estranho conhecido.
depois de tanto tempo já não tenho bem a certeza se alguma vez falei contigo, mas lembro-me de escrever num dos meus textos que falaste comigo. onde é que andas? não sobrevoas nem te tornas actor principal do elenco dos meus sonhos há imenso tempo. andas perdido?
o tempo foi passando e eu nem dei pela tua ausência pelo mais profundo do meu cérebro. se queres que te diga, não senti a tua falta, mas hoje lembrei-me de ti. tornaste os meus sonhos bons. nunca mostraste a cara ou deste provas de quem eras - absolutamente nada. eras apenas uma pessoa que me dava a mão e que fazia com que os meus sonhos pudessem ser realmente chamados de sonhos. gostava que pudesses voltar, sei lá, durante umas noites de vez em quando? na verdade, também me lembro de na manhã seguintes aos sonhos contigo ficar muito abalada e sentir-me terrivelmente mal, por ser apenas um sonho. um sonho... já reparaste que muitas das vezes conseguimos controlar os nossos sonhos? por isso é que naqueles tempos eu sonhava contigo - nem sei quantas vezes foram. uma? duas? - porque precisava de ti. precisava de um amparo, um abrigo, algo confortável a que me agarrar para não cair do precipício. e naqueles momentos, o facto de conseguir sonhar fizeram com que eu não caísse. foste o meu herói. acho que começo a exagerar... não és tu apenas um sonho? e aquela situação por que passava não era assim tão horrenda. uma simples situação de adolescente sem importância nenhuma (até eu me esqueço dela quase todo o tempo).
mas volta quando quiseres. és uma boa companhia. volta e dá-me a mão outra vez, (des)conhecido. tens todo o tempo do mundo. e eu sei que chegarás quando eu mais precisar. mas espera! ultimamente precisei de ti muitas vezes... porque não apareceste? começas a faltar vezes demais.
sabes que mais? não voltes. eu não voltarei a precisar de ti. ou não, corrigo-me: volta.
esquece tudo isto. faz como quiseres. ou voltas, ou ficarei eu e o meu sofrimento, os dois enrolados numa trança igual à de uma criança. eu vou-me aguentar, sou forte (?). e tu não terás de fazer horas extras em sonhos.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

letter number 9: to someone I wish I could meet

alguém que entrou de repente nas nossas vidas e que, de certa forma, nos marcou a todos. exagerada de natureza mas com um toque só seu, com o poder de nos fazer abrir a boca até ao chão com o seu look e com a sua voz. é uma deusa no piano, e a rainha dos nossos tempos. amada por muitos, odiada e invejada por outros tantos. diferente de todas as outras, com uma originalidade fora do normal. linda, compreensiva, com uma mente muito livre e aberta e uma rebeldia infinita. não são calúnias que a rebaixam ou que a fazem descer do pódio, são essas mesmas que ela usa para conseguir subir cada vez mais. começou com uma chama pequenina, mas agora esta encontra-se enorme e capaz de aquecer o coração de todas as pessoas do mundo.
canta sempre para nós, stefani, e nunca desistas de quem és, porque não há ninguém como tu.
és o meu ídolo e o de muitas mais pessoas.
adoro-te!

as letras das tuas músicas ainda me enchem o hálito a praticamente toda a hora, e o som da tua voz continua e continuará preso dentro da minha cabeça.

parabéns pelos prémios nos MTV video music awards, foram mais que merecidos,
e o teu excelente trabalho foi recompensado.
your little monster*




quarta-feira, 8 de setembro de 2010

letter number 8: to my favourite internet friend

poderia escrever esta carta pelo menos para mais duas pessoas que para mim são muito reais, tal como tu.

somos amigas há três anos e eu nunca me arrependi de te ter conhecido. quero que saibas que és muito importante para mim, e que mesmo que por vezes deixemos de falar por algum tempo, eu vou gostar sempre muito de ti. a internet foi o meio pelo qual nos conhecemos e tenho a agradecer-lhe por isso.
apesar de tudo e todas as coisas, sei que somos inseparáveis, e sinto-me bem por isso. és o anho mais lindo do mundo! orgulho-me de ser tua amiga, e fico contente por saber que posso contar sempre sempre contigo, minha querida. tu sabes que também podes contar comigo para o que der e vier, e que nunca te vou deixar só. se te sentires triste e desconsolada, estou à distância de uma mensagem, ou de uma chamada. vou estar sempre lá para ti, nunca te esqueças!
se algum dia nos deixarmos de falar, espero que alguma vez alguma de nós se lembre de voltar a contactar a outra, porque nunca se deve deitar fora uma amizade, seja de que calibre for.
«Eu quero apenas te pedir, só mais um beijo

Um beijo para eu sentir, que gostas de mim
Mas quero também te pedir, mas de outro jeito
Não me deixes mais ficar, longe de ti»

pode haver quem ache isto foleiro, mas é sem dúvida alguma a nossa música.
amo-te!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

letter number 7: to my love

neste momento as lágrimas estão-me penduradas nos olhos... ultimamente tenho tido sempre uma sensação horrível em relação ao-que-nós-sabemos.
sei que hoje foi o melhor dia de toda a minha vida, e que poderia relembrá-lo vezes e vezes sem conta. decorei a sensação do teu perfume no meu nariz, do nosso abraço, do meu e do teu beijinho. decorei-te as facetas. sabes? eu amo-te imenso. sem fim. e depois de escrever isto as lágrimas desapareceram. mas depois, começo a pensar naquilo-que-nós-sabemos e as minhas entranhas roem-se nelas próprias.
hoje tive a certeza de tudo, se é que me entendes.
mas depois senti-me e sinto-me a desfalecer. porquê isto? porquê? não tenho o mesmo direito das outras pessoas? por favor...? não. não volto a pedir por favor. peço-te apenas para olhares para dentro de ti e me dizeres o que vês. olha para dentro do teu coração, e explica-me de que forma o sentes. sem mentiras, com sinceridade extrema.
meu querido, não vou voltar a dizer outra vez o que sinto, pois não? se sentisses o que senti hoje, percebias isto de outra maneira, talvez. coração a bater a mil à hora, não é a primeira vez. mas contigo... bom, não consigo descrever.

um dia vais conseguir ultrapassar tudo, espero. e eu vou estar à tua espera, como sempre: sentada na minha cadeira de balanço, com os olhos fechados, o coração nas mãos, e com a alma a vaguear por aqui e por ali. quando me deres a mão, abrirei os olhos e tudo voltará ao normal. até lá...
(adorei tudo de ti, juro-te. és mais do que perfeito. o resto, digo-te só a ti)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

letter number 6: to a stranger

deste-me a mão e puxaste-me para os teus braços. dissolvi-me contra o teu peito, mas tu apanhaste-me os restos e juntaste-os na forma de um coração. beijaste-me a testa, as bochechas, o nariz, o pescoço, e fizeste-me sentir um arrepio que ia desde a ponta dos pés à ponta dos meus cabelos. eras branco como cal, mas quente como uma lareira. na posição em que estava sobre o teu corpo descontraído sentia-te o bater do coração, e acompanhei-lhe as batidas com o meu respirar. sinto os teus lábios abrirem-se para dizerem alguma coisa, mas fecho-os com dois dos meus dedos. não quis que dissesses nada para não me lembrar da voz - que imagino ser melódica e reconfortante - nos meus sonhos. para quê alimentar uma paixão por um estranho?
quando começaste a acarinhar o meu ouvido senti o mundo desfocar, deixei de sentir os meus pés assentes no chão, e dei por mim no meio das nuvens. comecei a percorrer o teu casaco de flanela até chegar aos teus ombros, e apertei-te mais contra mim. naquele momento sentia que não precisava de mais nada, de mais ninguém. sentia até que não precisava de ar para respirar. naquele momento foste tudo o que precisava naquele dia: um aconchego, um porto de abrigo, algo a que me agarrar para não escorregar deste globo onde vivemos e ir parar ao infinito, ou mais além. não pedi nada a ninguém, mas apareceste-me ali, sem permissão de entrada nem horário de saída. apareceste-me ali, como se fosses um anjo vindo do nada e percebesses que eu precisava de ti. quando te fosses embora eu ia esquecer-me de tudo mas ia sentir o coração preenchido e luminoso? era a pergunta que fazia o meu cérebro suar. mas acabei por me decidir e deixar de pensar nisso, apenas aproveitar a boa-vontade de um estranho que era mesmo estranho.
enquanto eu me aconchegava ainda mais no meu porto de abrigo, senti os teus olhos cravados em mim. eram límpidos, cor de amêndoa, e estavam cheios de uma tristeza profunda. só me apetecia perguntar o porquê, mas preferia guardar esta passagem como um filmes daqueles antigos silenciosos, mas sem 'legendas' depois das cenas. simplesmente imagens. imagens da minha mágoa a dizer adeus. não ia estar a pensar no que ele sentia, porque devia era preocupar-me comigo e em como iria ficar quando tudo aquilo passasse. enquanto pensava nisto, uma lágrima perdida cai-me sem querer e mancha o chão de tijoleira preta. um dedo forte e decidido limpa-me as antecessoras desta fugitiva e uma mão levanta-me o queixo. fitámo-nos. os teus olhos olhavam os meus, e os meus olhavam os teus. senti uma magia percorrer o nosso olhar e senti vontade de pegar em ti, pôr-te dentro da minha mala e ir para casa, para nunca mais ter de te deixar. mas fechaste-me os olhos como se faz a um morto que partiu a assistir a todo o filme de terror, e quando eu achava que os teus lábios se iam moldar nos meus, foste-te embora.

espero desesperadamente por ti, doce estranho. no mesmo sítio, à mesma hora.
com a mesma dor.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

letter number 5: to my dreams

agora é para vocês, que em vez de me rondar a cabeça estão sempre a assolar o meu coração.

são os que nos moldam as faces e nos dão esperança. fazem renascer a força onde a água não é potável nem o ar é respirável. às vezes morremos sem concretizar nenhum deles, outras vezes conseguimos ter a felicidade de os conseguir. não sei se tenho muitos sonhos, porque assim de repente só me lembro de um ou dois. talvez os irmãos ainda estejam para chegar, não sei. mas peço que sim, cheguem. é que a ti, um dos meus maiores sonhos, só te digo uma coisa: estás quase a ser concretizado. estás tão perto, tão perto... acho que todas as pessoas precisam de vocês para viver. se não fosse isso, qual era a razão? portanto, acho que devo agradecer a vossa existência, porque é ela que ainda me faz respirar. peço-vos mais uma vez que cheguem em grandes quantidades e em força. se não vos conseguir dar casa a todos, prometo que quando estiver para me ir embora deste mundo vos escrevo num papel. faço uma lista dos vossos nomes e deixo-vos às minhas raízes, que elas tratarão bem de vocês. serão concretizados por mim e por vocês, para que a minha alma siga em paz através da luz.
voltando à frase inicial: as setas que vocês lançam nunca nos acalçam o cérebro, vão sempre directas ao nosso coração. é por isso que vocês são sempre tão importantes na vida de toda a gente. são como uma veia que bombeia sangue para o nosso coração.
e tu, tu... pensando bem, tu és mesmo o meu maior sonho. e é por isso que não sei viver sem ti. estamos unidos por uma corda que não se rompe, estamos unidos por algo indestrutível. mas és um sonho, ou bem mais que um sonho?
agora vocês, levem-me entre os vossos ventres transparentes por aí, ensinem-me a viver mais a cada dia que passa, e façam com que eu tenha vontade de respirar e piscar os olhos. é que se vocês não me ajudarem, eu não conseguirei. são vocês a força da vida. envolvem um tufão de sentimentos com uma brisa de vontades.
conseguem-me ouvir? apesar de nem dar conta da presença de muitos de vocês, eu sei que existem. eu sei.