domingo, 27 de maio de 2012

uma pequena ajuda

Podem entrar neste link, ver o meu vídeo e votar nele? é muito importante para mim ir a este festival neste dia porque uma das minhas bandas favoritas vai atuar. :') obrigada* (pede também aos teus amigos, se puderes!) https://apps.facebook.com/passatempos_optimus/

sexta-feira, 11 de maio de 2012

missing

Taparam-me a boca. Ataram-me a uma cadeira. Puseram-me uma venda nos olhos e fecharam a porta atrás de mim.
Queriam-me proibir de sentir, mas eu não os deixei levar a melhor. Porquê tentar destruir o que nos alenta todos os dias da nossa vida? Obrigarem-me a deixar de o fazer seria o mesmo que matar-me. Nem mesmo os apáticos, os que passam pela vida sem a viverem, sem deixarem qualquer marca, o fazem. Há sempre uma centelha de sentimento ali, escondida, que passa despercebida a tudo e todos... Mas há, e é isso que importa.
Oh, que tolos! A quem eles foram tentar tirar a capacidade de sorrir e deixar descair os cantos da boca... Não sabem com quem se meteram. Logo a mim, que vivo disto. Sou uma apaixonada desde a minha génese. Desde que me conheço, lembro-me de amar. Amava o possível e o impossível, o visível e o invisível. E pensando bem... agora acho que acontece a mesma coisa. Eu sou exatamente a mesma, não mudei. Continuo a gostar das pessoas, das coisas, dos momentos, das palavras, com a mesma intensidade que antes. Talvez agora seja um carinho mais complexo, que envolve todo o músculo do meu corpo. Mas é como que permanente. Então e como achavam ser possível tirar tudo isto de mim? Não é algo que se tire como uma farpa de um dedo... É bem mais profundo. Teriam de me dissecar por completo, para conseguirem roubar toda a essência que, por acaso, não se vê. Só sei que ela existe, não porque a sinto, mas sim porque ela me faz sentir. Mas mesmo assim, não sei o motivo deles. Porquê eu? Sou uma desastrada neste tipo de coisa, não há nada que se aproveite.
Voltaram. Ouço passos lentos e uma voz melancólica diz-me algo ao ouvido que eu não consigo compreender. Afaga-me o cabelo, e apesar de não ver, sinto-a fitar-me durante longos momentos; mas nem me mexo. Tira-me a venda e aí tudo em mim pára. Absolutamente tudo. Quase podia jurar que já nem o meu coração batia. Tu... Outra vez. Conhecemo-nos em sonhos e agora, pelos vistos, és o meu salvador. Eu queria falar, queria agradecer... Mas antes de tal ser possível libertaste-me e correste porta fora. E quando tentei ir atrás de ti, já não havia sequer um último rasto teu. Era como se nunca tivesses lá estado. 
Voltei para casa com vontade de ir dormir para te poder reencontrar e perguntar porque fugiste. Graças a ti, fui capaz de sentir algo que já há muito não me batia à porta: saudade.

terça-feira, 1 de maio de 2012

making no sense

Fui-me perdendo aos poucos. Neste momento, nem sequer sei por onde andei. Antes de entrar para a casa de chocolate, esqueci-me de deixar migalhas para conseguir regressar e, agora, o chocolate derreteu e já nem sequer sei de mim própria. Quando pego no espelho de bolso e o meto em frente ao meu rosto, não me reconheço... Aquela, de olhos vazios e distantes, olheiras carregadas e pele envelhecida, não é a mesma pessoa que eu vi pelo vidro do carro do vizinho quando saí de casa. Quem és tu, estranha? Desaparece de mim e deixa-me ver quem eu realmente sou. 
Talvez tenham sido os lugares por onde passei que me fizeram isto: foram-me tirando pedaços enormes, meteram-nos à boca, e cuspiram-nos. Voltei a colá-los, mas já não valia a pena. A essência, todo o elixir que corria no meu sangue, tinha desaparecido... E não havia forma de o recuperar. Claro que a culpa foi minha, e eu cheguei a este estado por escolha própria; deixei a sede de aventura e a loucura que sentia nos meus músculos se apoderarem de mim e me levarem a fazer-me à vida sem sequer pensar em consequências. Sou jovem, mas ainda assim há que ter cuidado com o coração. Não é que seja possível ele ser aniquilado e, do dia para a noite, me aparecer outro no peito, novo em folha, sem cicatrizes e pronto para todas as emoções como se eu ainda fosse uma criança que nada soubesse da vida.
E o que fazer agora? Não há sequer bancos para descansar! Não posso simplesmente parar e ver as horas passarem sem me fazer à estrada. As circunstâncias empurram-me para a frente, e impedem-me de olhar para trás. Mas eu sei, no mais íntimo de mim, que me esqueci de um bocadinho de mim lá atrás. Um bocadinho do tamanho de um botão. E sem ele, não terei forças para me reconstruir. 
Por favor, tempo, deixa-me lá voltar. Se não for agora, nem vale a pena continuar a seguir o rumo; falta-me a bússola, falta-me um Norte, falta-me vontade, falta-me força, falta-me tudo.