domingo, 22 de agosto de 2010

letter number 4: to my grandfathers (closest relative)

está perto de fazer quatro meses desde que tive de me despedir de vocês. raramente penso no quanto estão longe, nos quantos anos ainda terei de passar sem a vossa presença carnal na minha vida - vale a pena sofrer?
tenho muitas, muitas saudades vossas, e vocês fazem-me falta. foram vocês que me criaram, praticamente. moldaram a minha pessoa segundo as vossas experiências de vida, e tornaram-me em quem eu sou hoje. sou um bocadinho dos dois. naquele dia não estava a fazer conta que algo de tão mau acontecesse... foram só três palavras: "o avô faleceu" e o mundo caiu-me das mãos. como era possível? ainda na semana anterior tinha estado na tagarelice consigo, e de repente... vai-se embora? sem mais nem menos? como já tinha dito num texto meu anterior, eu achava que você iria durar até ao meu casamento. que até nesse dia ia espalhar a sua alegria infindável por todos, que ia fazer todos rir como sempre, que ia ser a pessoa querida e linda que foi. e continua a ser, para mim e para toda a gente. em todos estes anos da minha vida nunca tive oportunidade de lhe dizer o quanto o amava. mas você sempre o soube, não soube? não era preciso eu dizê-lo directamente, pois você sentia-o no seu coraçãozinho de ouro. não me lembro de pessoas que tenham uma força tão grande como a sua. e não vamos falar no quão bondoso era. toda a gente sabia quem era você, o grande, o mais simpático, o mais sociável. toda a gente sabia a grande pedra preciosa que você foi.
duas semanas depois... vai você embora da minha vida também. foi demasiado difícil desta vez. eu sabia que você nunca iria querer que eu chorasse, que gritasse para não ser naquele momento, mas teve de ser. eu vi-a despedir-se da vida com os meus próprios olhos, e não foi bonito. eu nunca iria desejar-lhe uma morte tão sofrida, e logo a você. é uma santa, muita gente diz isso, e eu acredito com toda a minha alma que é verdade.
foram meses a fio de dor, de empenho, de força e de coragem que estão terminados. e agora vocês estão em paz.
nunca mais vou ter ninguém na minha vida como vocês os dois, que eram e são duas das pessoas mais importantes da minha vida. e espero um dia conseguir chegar aos vossos calcanhares como grandes humanos que foram. a vossa partida levou um pedaço meu à força.
(e a você, meu outro avô que me disse adeus já à quase 7 anos digo-lhe que também o amo, que também aprendi muito consigo, e que também foi e é um dos modelos da minha vida. não fica atrás deles, são todos muito muito muito importantes para mim)
amo-vos com todo o meu coração.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

letter number 3: to my parents

mãe,
primeiro escrevo-te a ti, que sempre estiveste presente, em todos os momentos.
apesar de por vezes parecer que não me entendes, eu sei que lá no fundo tu foste como eu sou. a rebeldia não fazia bem parte de ti, talvez só mesmo um pouco. somos
muito parecidas: tagarelas, sem 'tento' na língua, brancas como a neve, olhos verdes cor da floresta. mas eu adorava ter uma coisa que tu tens: a tua grande força. sim, tu tens uma grande personalidade, e por vezes não sei como consegues aguentar os problemas. ainda à pouco tempo nós as duas passámos por um momento horrível - só nós - e enquanto eu já gritava para tudo aquilo não acontecer tu estavas calma, a dar parte da tua força a quem sofria à frente dos nossos olhos... a quem estava a passar para o infinito entre as nuvens. nunca vou esquecer esse dia, e principalmente nunca me vou esquecer que fomos nós as duas as últimas pessoas a quem ela disse adeus.
eu gosto muito de ti. apesar de passar a maior parte do nosso tempo a refilar-te e a tratar-te um pouco mal, sabes bem que isso faz parte desta fase da minha vida. por vezes sou injusta, mas eu sei que só queres o meu melhor e estás sempre do meu lado. peço-te desculpa pelas vezes que errei... errar é humano, não é?
agora, só me resta agradecer tudo o que fazes por mim: porque eu sei bem que tu me conheces como a palma da tua mão, sei bem quantos sacrifícios fazes por mim. dás tudo pelo meu bem-estar. tenho orgulho em ser tua filha e em ter o nome da tua família do meu próprio nome.

pai,
estás longe. falo em distâncias porque mesmo estando longe, estás bem informado acerca do que faço e do que não faço. digo-te: nesta casa a tua opinião vale ouro. e as tuas palavras espontâneas tornam-se em aço verdadeiro - tem tudo de ser feito.
a minha personalidade é muito parecida com a tua: somos teimosos, achamos que somos sempre nós que temos razão, e talvez seja por isso que por vezes faiscamos. mas eu não me importo, porque tal como a mãe, sei que tu apenas desejas o melhor para a tua filha. isso é o normal para todos os pais. quando voltas, a casa fica diferente... mais preenchida. nota-se bem a diferença de quando não estás para quando estás. sabes? fazes falta lá, e eu... sinto saudades tuas. acho que a distância não fez com que tivéssemos a proximidade devida de pai e filha, porque esta é uma altura da minha vida em que mais me afeiçoo às pessoas. mas tu sabes que eu te amo, como é óbvio, é um amor que já nasceu comigo e que nunca vai desaparecer. até porque esta distância é mesmo para edificar o meu futuro, e para eu conseguir ter mais hipóteses de ter tudo o que quero. portanto a ti, também te devo agradecimentos. por tudo o que fazes.

lamento não ter escrito esta carta dois em um, apenas não o fiz porque vocês são muito diferentes um do outro. mas eu amo-vos assim, tal e qual como são.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

selo oficial da sara martins

este selo foi-me oferecido pela sara martins (http://sfgm93.blogspot.com). ofereço-o a todas as pessoas que gostarem de algodão-doce.

"O que adoça os teus dias?"
os meus dias tornam-se doces graças à presença de todas as pessoas que gosto. são elas que fazem com que eu tenha vontade de viver e com que eu me sinta feliz.

domingo, 8 de agosto de 2010

letter number 2: to my crush




a milionésima carta que te escrevo?

que seja.


meu amor,

a todos os momentos dos meus dias eu sinto saudades tuas. sei bem que estás perto, aqueces-me o coração. às vezes posso até trocar todas as coisas que digo... mas tu sabes bem que eu te amo. digo-to muitas e muitas vezes, e parece que nem assim tu te apercebes da gravidade da situação. é que o que sinto ultrapassa barreiras e destrói possíveis escudos; excede limites e avança escalas.
entendes? respondo por ti: tem dias. tem dias em que sabes o que és para mim, outros que sabes de todo e muito bem o que vai no meu coração (eu sei que os dois parecem a mesma coisa). mas sabes que mais? eu não seria quem sou hoje sem ti. foste o meu autor ao longo destes dois anos de pura amizade. esculpiste cada detalhe a teu gosto e foste-me moldando segundo o teu coração. quantas tantas vezes já te agradeci? têm conta? agora penso: quero escrever uma coisa que lhe toque mesmo lá no fundo. que o faça chorar e querer estar ainda mais perto de mim. mas agora nem sei bem o que dizer. acho que já te disse tudo e todas as coisas que sentia. medo, dor, ciúme, saudade, ... tantos sentimentos que voam entre os meus membros.
és a minha mão-direita. ou não. tu és as minhas duas mãos, as minhas duas pernas, a minha cabeça. és todo o meu eu. tenho toda a certeza que quando cair, tu vais-me levantar; quando chorar, vais-me limpar as lágrimas; quando eu precisar de um ombro amigo, tu vais-me dar um abraço maior que o mundo. eu sei que vais estar sempre lá, sempre.

mas ainda assim, eu consigo sentir saudades tuas. saudades do que não toquei ou cheirei, saudades do que não é completamente meu, mas que eu queria que fosse. trocava tudo o que tenho para te poder ter a ti, sabias disso? trocava. porque tu és mais valioso que todos os bens materiais que eu possa ter.
os nossos planos já estão mais que formulados, mais uns anos... e teríamos uma vida inteira planeada. não era tão bom que fosse real? e que ficássemos juntos? era tudo o que eu queria.
"I'm not gonna write you a love song, 'cause you ask for it, 'cause you need one, you see, I'm not gonna write you a love song, 'cause you tell me it's make or break in this, if you're on your way, I'm not gonna write you to stay, if all you have is leavin', I'm gonna need a better reason, to write you a love song, today, today..." uma razão melhor - para te escrever uma canção de amor - do que para não ires embora é o facto de eu não conseguir, não saber, nem querer viver sem ti. mas a tua presença na minha vida não se dilui... a tua presença na minha vida é como uma fonte onde vou buscar a água que preciso para sobreviver. é a minha fonte de alimento e de felicidade. por isso peço-te, meu príncipe mais que encantado, fica comigo até depois de todo o sempre. fica comigo até estarmos no meio das nuvens ou, se isso lá para o infinito não existir, dá-me a mão quando sentires a minha alma a desvanecer: eu farei o mesmo. é que apenas nesse dia eu irei deixar de pensar em ti e no que nós somos um para o outro, só nesse dia eu deixarei de ser eu para dar lugar a outra pessoa no mundo. aproveitarei o meu último suspiro para colocar a última imagem e a que quero ficar nos meus olhos: nós os dois de mãos dadas.
mas depois, não te preocupes comigo... preocupa-te contigo, porque a única coisa que quero no mundo é que sejas feliz. e depois de os meus olhos deixarem de pestanejar e do meu coração deixar de bater por ti, a única coisa que quero que retires de mim são recordações. prometes que o fazes?

amo-te, agora, e a todos os segundos.

domingo, 1 de agosto de 2010

letter number 1: to my bests friends

meus anjos da guarda,
eu sei que as cartas nunca começam pelos agradecimentos, pois esses normalmente vêm no fim. mas eu vou ser diferente e começo por fazê-los logo no início de tudo: obrigada. não por poucas e pequenas coisas, mas por muitas e enormes. sem vocês, neste momento eu estaria no fundo de um poço qualquer, e o meu corpo já deveria estar a desaparecer no meio das águas. quando se tem uma melhor amiga dá-se tudo por ela… mas eu tenho a sorte de ter duas. duas partes de mim que fazem de mim o que sou e que me tratam como uma princesa; nós temos os melhores momentos do mundo, não temos? somos todas muito parecidas, tanto nos gostos, como na maneira de ser. temos conversas que mais ninguém deve ter, e sabemos tudo umas das outras. há maior cumplicidade do que a nossa? não há, que eu saiba. e eu sei que escolhi muito bem as pessoas com quem devo partilhar os meus sentimentos, segredos, medos, loucuras – a vocês.
adoro abraçar-vos, dar-vos beijinhos e ter-vos perto de mim. os melhores dias de sempre são passados na vossa companhia, e com vocês aprendo mais de dia para dia. a ti, conheço-te há 6 anos, mas só há 2 anos nos tornamos carne e osso; e a ti, à 12.
vocês as duas são parte de mim, já vos disse isso? são tudo o que alguém como eu, que por vezes nem pensa no que diz, pode querer.
sabem que podem sempre contar comigo, com as minhas palavras e com o meu coração para tudo. tudo. e eu sei que posso contar com vocês para tudo também, porque vocês são como duas amas que tomam conta de mim todos os dias. às vezes sou um pouco difícil de controlar, não sou? acredito que seja um trabalho árduo meus amores. agora, falando no futuro, e em algo que já vos disse imensas vezes: eu imagino-nos sentadas no sofá, a beber um chá quente, cheias de rugas, com óculos com a maior graduação possível, a bengala ao nosso lado e a falar destes tão maravilhosos tempos da nossa juventude, em que tudo o que queríamos era ser felizes. o que é algo que ainda agora, em certos momentos, achamos muito difícil. mas com a vossa ajuda eu sei que será mais fácil.
vamos dar as mãos e esperar pelo melhor?

(a ti, meu melhor amigo do mundo inteiro, ainda tenho muitas entre 29 cartas para te escrever*)