Não vale a pena
continuar a imaginar e sonhar com contos de fadas porque a sua resolução é
óbvia: o príncipe (des)encantado vem atrás de nós e, enquanto nos beija o
pescoço e nos sussurra palavras de amor, espeta-nos uma faca nas costas e
roda-a.
Não vale a pena continuar a esconder palavras que
escrevemos nas horas vagas da noite só porque temos medo que sejam mal
interpretadas – provavelmente não irão ter consequências positivas, então, não
desperdicemos os nossos dedos no teclado e mostremos ao mundo aquilo que
sentimos. Seja o que Deus quiser.
As expetativas,
guardem-nas no bolso do coração do vosso casaco preferido. Depois tirem o
casaco, ateiem-lhe fogo e fiquem a observar o vosso sofrimento a esvoaçar nas
chamas e na cinza. No final da fogueira, dancem em cima dela: sintam-se livres,
esperançosas, sintam-se vocês, sintam amor.
Não vale a pena
esperar. Se as coisas voltam, não voltam as mesmas. Antes de retornarem, deram
a volta ao mundo em oitenta dias (ou um pouco mais), pensaram, sentiram falta, viram
coisas novas e, pouco a pouco, as células da sua pele deixaram de ser as
mesmas. Aquelas mãos, nunca tocamos. Aquele olhar, deixamos de conhecer.
Aqueles lábios… esquecemo-nos do sabor. Aquela pessoa, parece-nos a mesma. Mas
será?
Há quem diga que
a negação é uma das fases do sarar da ferida. Eu não sei, mas sinto-a todos os
dias. Relativamente a tudo. Por isso, karma, se me estás a ouvir… Estás a
precisar de ir para a reforma. E contigo, leva o cupido. Creio que precisa de
ir ao oftalmologista. Ou então… se me estão a dar maus sinais, resolvam-nos a
tempo de eu não auto-degolar o meu coração. Um sinal qualquer. Algo que me diga
“calma, não é desta!”; porque se assim for, eu sento-me na cadeira da sala com
uma chávena de chá e, não querendo descredibilizar aquilo que disse
anteriormente, espero.
Porque nós somos
assim. Dizemos tudo e mais alguma coisa, queremos andar à porrada, queremos
sangue, suor e lágrimas mas, no final, só queremos amor.
E amor que é amor, leva a espera e (des)espera connosco.
ResponderEliminarCalmamente ateia os fogos da tua alma, para recuperares pausadamente o sentimento profundo que tens em ti.