segunda-feira, 15 de agosto de 2011

something which we can call nothing

Vou caminhando por entre todas essas ruas à espera de pressentir. Não de te ver ou de te ouvir, mas apenas de sentir que estás ali. Há um laço entre nós que é mais forte do que tudo que se possa imaginar. Liga-nos com tal força como a que separa o azeite da água - é impossível penetrá-la.
O sol está prestes a pôr-se, e desde de manhã que não houve sinal algum de que cá estivesses. Se tivesses morrido, eu tê-lo-ia sentido como se morresse também: até porque parte de mim - o meu coração - teria morrido contigo. Estás vivo e à minha espera, sabendo que não vale a pena te esconderes porque, seja de que forma for, eu vou-te encontrar. É estranho quando o mundo inteiro parece estar contra nós, não é? Parece que o destino se contraria a ele próprio; tanto nos quer juntos, como faz de tudo para que nos separemos. Ainda não percebi bem o que se passou. Foste-te embora com esperanças de encontrar uma nova vida sabendo que a que tínhamos era quase perfeita. Tentaste adaptar-te a novos ambientes e saíste destes a sangrar... mas isto porque me feriste a alma. Quem és tu sem mim? Quem sou eu sem ti? Somos duas peças diferentes do puzzle, mas que se completam - diferentes mas, apesar de tudo, iguais. Apenas procuramos encontrar-nos um ao outro, não interessando que caminhos seguiremos. Ambos sabemos que todos os caminhos irão dar às mãos um do outro. E é por isso que não entendo porque teimas em afastar-te. Sei que me amas, mas tudo isto é para quê, para me proteger? Se sabes que contigo todo o mal que possa acontecer é do tamanho da chama de um fósforo no meio de um incêndio de uma casa?
Sinto-te perto, quase a tocar-me. Rapidamente olho para todos os lados com o coração a palpitar, mas não te vejo. O sol foi substituído pela Lua, que agora brilha e me ofusca os olhos, acariciando-me a pele com a sua luz. Tu e eu sempre gostámos dela, e acho que é isso que me faz sentir-te aqui. Mas há algo. Tu estás aqui de uma forma diferente. E, como se tudo se tratasse de um filme, tu apareces ali e simplesmente beijas-me. Dás-me as mãos e começas a caminhar no nada; ou melhor, começas a voar. Levas-me contigo até à Lua, e lá continuas a transmitir-me amor, mas agora telepaticamente. E é aí que percebo. O nosso amor possível e impossível matou as nossas almas de uma forma limpa: deu-nos bilhete apenas de ida, de graça, para o paraíso, o ponto de encontro daqueles que não merecem viver no mundo real porque este é demasiado perigoso para a sinceridade que vai nos seus corações. O medo que lá sentíamos levava-nos a ter escolhas erradas e a fugir inconscientemente. E por isso, algo sem nome transportou-nos para aqui e ofereceu-nos a eternidade de nuvens cor-de-rosa. Toda reservada ao sentimento mais puro do universo, residente habitual deste local inimaginável mas existente.


12 comentários:

  1. pois, também não me recordo o teu nick. sei que podias ser de lá porque cheguei a ver a tua foto já não sei onde. e custumavam falar-me muito de ti.

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  2. ' chama de um fosforo no meip de um incendio ' gaffe.

    gostei muito amorzito, mas tens de parar de sonhar comigo..

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  3. o que escreves toca-me sempre bem no fundo. parece recheado de magia.
    és linda fabi

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  4. sou eu e uma tóna que praí anda hihi

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  5. És tão profunda com as palavras! Adoro sempre, fabi <3

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  6. oh fofinha, não consigo encontrar o blog da lene, sabes dizer-me o que aconteceu? :S

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