À
tua volta surge uma penumbra de dúvidas, medos e desejos. Acima de tudo medos,
mais importante que tudo desejos. Por mais que tentes dar ar de pouco
importado, haverá sempre uma parte de ti que o desmente. Conheço-te e sei
disso. Estás marcado nos caminhos que percorrem a palma da minha mão e
permaneces moldado no meu abraço. É por isso que teimo em puxar-te para mim,
onde pertences, onde ficarás bem. Recolhe-me no teu peito, não me deixes ir por
caminhos que não vão ao teu encontro e eu prometo cuidar de ti. Sei-te de cor,
e isso basta-me.
O
mundo parece-me estranho se me tentar esquecer da tua existência e as cores
que constroem o dia começam a ser em tons de cinza (apesar de gostarmos tanto
desses tons tão nossos); permite-me que te apazigue a dor que teima em gritar
de cada cicatriz tua, e deixa-me junta-las às minhas: marcas com marcas,
histórias com histórias.
Quero-te
exatamente como és.
Sei-te
de cor, e isso basta-me. Porque és muito mais do que te pintas.
Sem comentários:
Enviar um comentário