domingo, 26 de julho de 2015

I need you so much closer


Todos os dias, uma nova marca. Carregada com cor de giz vermelho, mas com a força de uma foice. Quando nos esquecemos que a vida dos outros acontece enquanto nós estamos mais preocupados com a nossa e com a daqueles com quem convivemos no dia-a-dia, o mundo dá voltas: voltas que nós só queríamos ter evitado. As ondas dos oceanos acontecem, os ventos acontecem, os pingos de chuva acontecem, os raios de sol acontecem – a vida acontece. É nestes momentos que nos apercebemos que andamos demasiado preocupados com coisas levianas ao invés de com o passar do tempo. Preciso de ser levada pelas ondas do oceano, de viajar entre os ventos, e sentir a chuva e o sol. Preciso de fugir. De ti, de ti e de ti.
                Achei que a armadura que tinha vestido era forte o suficiente para me proteger desta reviravolta; agora sinto que não o é. Acho que nunca ninguém está preparado para que nos tirem o tapete de debaixo dos pés e nos atirem para o espaço… Parece que, por mais voltas que tenhamos dado, nunca somos aquela pessoa, a certa.
Nunca me preferiste. Nunca fui a tua primeira opção. Fechaste-me dentro de um pote só meu, onde fui tua, mas nunca fui Aquela. Fui sempre aquela. A que estava sempre lá, e a que sabia que também estavas sempre lá. A única coisa de que me posso queixar ao fim destes anos todos foi por nunca me teres amado como eu te amei. Nunca te fui suficiente dessa maneira que queria. É por isso que preciso de fechar este capítulo de uma vez por todas. Preciso não só de viajar entre os ventos, mas também dentro da minha mente, de forma a conseguir fazer um trato com ela e, assim, tirar-te daquele compartimento só teu – que tanto espaço ocupa – dentro do meu órgão propulsor. Podes continuar lá, até porque continuo a precisar de ti. Mas preciso que te encostes a um canto, e não sejas mais do que aquilo que consegues ser. És tanto na minha vida, que nunca quero que vás embora. Sinto-me pequenina, sem ti.
Fica.
Mas se vais ficar, preciso que compreendas que às vezes sentimos demasiado. E quando isso acontece, a única solução é fugir.
Não de ti.
De ti, nunca.

Mas daquilo que me fazes sentir: segura, única, eu.

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