Não doeu. Não chorei. Custou-me
a alma, mas sei que será mais positivo para mim do que para ti. Deixaste de me
fazer sentido, até porque nunca fiz sentido para ti, percebo-o ainda mais
agora. A chapada que me deste não foi de luva branca: tomara que o fosse, mas
acho que nunca o conseguirás fazer. A chapada que me deste, foi feita de
mentiras. Tentaste tapar-me os olhos quando eu estava a ver melhor do que
qualquer pessoa, nitidamente, perfeitamente. Mostraste que não posso confiar em
ti e confirmaste o teu (de)sentimento.
Dizem que as mulheres têm um
sexto sentido, e eu diria que o meu nunca esteve tão apurado como naquele dia
em que, quase sem me aperceber, rasgaste o capítulo do teu livro que tinha como título o meu
nome. Pensava eu, na minha inocência, que conseguiríamos ser
simples companheiros... Hoje, não vai dar. Amanhã, não quero. Talvez um dia
seja possível arrancar do meu peito a cicatriz que lhe deixaste.
Neste momento, não vou dizer que
não me magoas porque estaria a mentir. Foi por isso que, nesta última vez que te
vi, nesta última vez que me viste, nesta
última vez que nos vimos, te digo Adeus.
Não sou eu quem vai embora – és tu. A pessoa que conheci, a pessoa em quem
confiei, a pessoa de quem gostei. Ir para longe é diferente de ir embora.
Quando eu voltar, já não te devo conhecer.
Espero que não aconteça. Espero que sejas verdadeiro e não te escondas por
detrás de máscaras com sorrisos falsos, olhos brilhantes, e o teu coração
continue desconectado da tua mente. Na última vez que te vi, vi-te realmente: internamente só,
externamente acompanhado. Vi-te. Vi-nos.
E que esteja enganada.
Uau!
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