
Tenho medo dos segundos que deixo passar sem fazer nada. E se tenho medo de coisas tão míseras que o são, que se há-de dizer dos dias, dos meses, dos anos?
Na minha opinião, o tempo está a passar depressa. Depressa demais, para meu gosto. É do meu costume dizer «qualquer dia estou cheia de rugas». É uma bela hipérbole, que não deixa de ser verdade. Mas, há um senão: se na minha idade eu acho que os dias estão a passar de rajada, que hei-de eu dizer quando tiver mais quarenta anos em cima? E cinquenta? Pois, aí nem vou arranjar um momento para conseguir olhar para trás e sorrir. E porquê? Vou sentir que não fiz nada do que queria enquanto era tempo. Mas neste momento, que é o tempo de que falo, sinto que isso me é impossível. E isso aflige-me. Passo o tempo com medo que o tempo passe, enquanto que devia aproveitar o talvez pouco tempo que me resta. Ninguém sabe quando chega a sua hora.
E daqui a muito tempo que até pode nem ser tanto quanto isso, eu vou ter vontade de me atirar do elevador que me sobe nos anos e voltar atrás. Vou querer refazer o que neste momento estou a fazer. E não devia pensar que estou a dar o meu melhor?
Seja o que for, a vida é isso. A vida é simplesmente tempo. Tempo que muitas vezes deitamos ar, qual criança que cospe a sopa só para irritar a sua mãe, sem pensar que existem tantas pessoas que precisavam desse desperdício de comida... e de tempo. Não há tantos que estão às portas da morte em camas de hospital e que só queriam ter mais uns segundos para dizerem aos seus que os amam? Também tenho medo disso. De não conseguir dizer coisas que quero a tempo.
Tempo, tempo, tempo...
São páginas da nossa vida, muitas em branco, outras rabiscadas, e ainda outras por escrever num futuro próximo.
Na minha opinião, o tempo está a passar depressa. Depressa demais, para meu gosto. É do meu costume dizer «qualquer dia estou cheia de rugas». É uma bela hipérbole, que não deixa de ser verdade. Mas, há um senão: se na minha idade eu acho que os dias estão a passar de rajada, que hei-de eu dizer quando tiver mais quarenta anos em cima? E cinquenta? Pois, aí nem vou arranjar um momento para conseguir olhar para trás e sorrir. E porquê? Vou sentir que não fiz nada do que queria enquanto era tempo. Mas neste momento, que é o tempo de que falo, sinto que isso me é impossível. E isso aflige-me. Passo o tempo com medo que o tempo passe, enquanto que devia aproveitar o talvez pouco tempo que me resta. Ninguém sabe quando chega a sua hora.
E daqui a muito tempo que até pode nem ser tanto quanto isso, eu vou ter vontade de me atirar do elevador que me sobe nos anos e voltar atrás. Vou querer refazer o que neste momento estou a fazer. E não devia pensar que estou a dar o meu melhor?
Seja o que for, a vida é isso. A vida é simplesmente tempo. Tempo que muitas vezes deitamos ar, qual criança que cospe a sopa só para irritar a sua mãe, sem pensar que existem tantas pessoas que precisavam desse desperdício de comida... e de tempo. Não há tantos que estão às portas da morte em camas de hospital e que só queriam ter mais uns segundos para dizerem aos seus que os amam? Também tenho medo disso. De não conseguir dizer coisas que quero a tempo.
Tempo, tempo, tempo...
São páginas da nossa vida, muitas em branco, outras rabiscadas, e ainda outras por escrever num futuro próximo.