quarta-feira, 17 de novembro de 2010

é facto

essas, estão em todo o lado. debaixo da cama junto do pó, nas paredes de toda a casa pintadas de branco, na luz fosca irradiada pelas lâmpadas sobre a minha pele, dentro das gavetas dos talheres, das toalhas, da roupa e dos livros; dentro dos armários, ali mesmo, ao lado dos pratos e no meio das camisolas lavadas e bem engomadas. nos buraquinhos dos arraiolos, no meio dos meus cabelos perdidos no pente. estão em cada esquina, em cada café, em cada super-mercado. estão na casa do vizinho da frente e do lado. estão a passar junto do avião, no vidro do carro, na matrícula de uma mota. no sabor a verniz que as minhas unhas têm, nas linhas dos cadernos que desfolheio, a fazer de almofada na cadeira em que me sento, entre o meu lençol e o cobertor. invadem os meus diálogos e estão no véu que as minhas pestanas lançam sobre os meus olhos. estão em todo o lado, mesmo que não as queira ver.
mas mesmo que não as visse, elas sentir-se-iam. é que o principal sítio onde se encontram é no meu coração. por isso, nunca poderiam ser destruídas, a menos que eu própria o seja. e talvez muitas vezes sejam elas que fazem a maior parte do trabalho. ou então, são a prevenção.

5 comentários:

  1. esqueci-me de dizer, a música também é linda.

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  2. o filme é tão lindo :c devias ver, é um bocado diferente do livro, o livro foca-se mais no momento que eles se reencontraram depois de anos.
    ly.

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  3. tantas vezes não é querida? tantas. espero bem que sim. obrigada *

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