quinta-feira, 20 de maio de 2010

16052010


e depois há aqueles dias, em que sentimos que tudo se difunde em nós.
parece que quando achamos que está tudo bem, que nada pode mudar na nossa vida, caímos no precipício.
eu tive um dia desses.
talvez este ano, tenha tido pelo menos dois.
então, se um é demais, a dobrar é o quê?

tudo de mim grita de horror. ou dor. às vezes começo a confundir as duas coisas. qual é a distinção entre elas? é que... consigo ouvir as batidas do meu coração, e não consigo chorar. como se já estivesse previsto que tinha de a deixar ir embora. já estava preparada, digo eu. porque no final, quando vejo lágrimas em todo lado, e a vejo a você, como um cubo do gelo no meio do que não merece, sinto que perdi tudo. como se deixa-la ir embora fosse arrancar-me um pedaço à força e disseca-lo à frente dos meus olhos.
«é a última vez que a vejo. amo-a muito»
você e a sua cara metade eram (e continuam e continuarão a ser) tanto para mim. e só nos próximos meses é que sentirei o quanto me fazem falta. porque não é no momento que se sente a verdadeira dor. é depois, no futuro.
ouvi o seu último gemido, como se fosse o adeus. sim, deve ser sido o último. porque nunca mais a senti viva.
o último suspiro é sempre o mais profundo?

e é com isto que digo que a vida é a coisa mais injusta que existe. mas que seria dela se não houvesse injustiças? é feita disso. porque nada existiria se não houvesse vida.
foi você que me ensinou muitas das coisas que sei e que digo automaticamente. estão cravadas no meu sub-consciente. mas não são só apenas essas coisas, são também momentos. flashes do que vivi consigo. do pior ao melhor.

eu sei que nunca na vida se irá embora completamente,
ainda sinto a sua mão pousada no meu ombro.

eu sou tudo o que você quiser de mim.

e obrigada por me ter tornado no que sou hoje,
é que você fez maior parte do trabalho.

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