terça-feira, 20 de outubro de 2009

estás aí?


Procuro-o em cada recanto da minha memória, em cada marca de lágrima deixada nos montes de livros que li enquanto o amava, e apenas encontro recordações. São tantas e tão perfeitas, mas isso já vai tão longe, é tão passado. E agora? Agora procuro o futuro nas minhas mãos, nos olhos de cada pessoa, nos seus movimentos. Agora procuro-te a ti entre as multidões, procuro-te no meio das paragens para o autocarro, nos corredores, em cada café, em cada sala, em cada caminho e em cada passadeira. Vejo-te tantas vezes como tantas vezes não te vejo, pois foges-me à vista e perco todo o raciocínio. Agora pergunto: estás aí, ou estás apenas a fazer que estás? Andas à minha procura? Quanto tempo mais esperas por mim? Se neste momento eu abrir a janela do meu quarto vais estar lá à minha espera sentado no jardim? Vais estar de pernas cruzadas a olhar com esses teus olhos castanhos reluzentes e a sorrir para mim à espera que te diga para entrar? Ou apenas, não vais estar.
Quando o telefone tocar, se fores tu, diz logo tudo duma vez. Vi-te uma vez ali nas escadas, e outra sentado no cimo do poste. Estás aí?
À dias estavas no meio do céu, e à horas atrás vi-te a ler um livro sentado na mesa de um bar. Estás aí?
E neste momento, estás-te a lembrar que estou à tua procura? Aviva-te a memória se disser que preciso imenso de ti aqui e agora? Espero que sim. Se leres isto, dá um sinal. Manda um bip para a minha mente, que saberei onde estás, por mais longe que seja. Adormeço a pensar em ti, meu ninguém mais que querido, mais que eterno. Estás aí?
Se me ofereceres um presente, não me dês nenhum urso de peluche já tão usado a dizer "I love you", prefiro que me dês as tuas palavras a dizer 'amo-te'.
Estás aí meu amor? Não, não estás. Eu sei que não, mas porquê pensar que não, se se quer pensar que sim? Não te esqueças, estou à tua procura, ninguém.

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