quinta-feira, 8 de agosto de 2013

amar ou não amar? eis a questão



É triste e estranho quando achamos que não há ninguém lá fora para nós. Sempre fui forte crente no destino, em almas-gémeas e num futuro risonho com alguém do meu lado. Mas conforme o tempo foi passando, essa certeza foi-se dissipando; onde anda a minha alma-gémea ou, se ela não existir, onde andará a peça do puzzle que condiz exatamente comigo? Não existe ninguém que seja completamente perfeito para nós, porque nós já temos o que se pode chamar de defeito de fabrico: sentimos em demasia. Amamos avida e loucamente, odiamos sem limites, sentimos saudades que nos desfazem o coração, entramos em fase de tristeza melancólica que se aproxima a uma deprimência momentânea. Desde que nascemos que já devíamos estar para isso preparados – mas não é assim que somos educados. Sempre nos dizem que um dia vamos casar, constituir família e ser muito felizes… Mas, e se nunca acharmos alguém que nos dê o devido valor? Ou se simplesmente não aparecer ninguém que tenha capacidade de nos amar? Como é que havemos de explicar ao nosso cérebro, à nossa bomba-relógio no peito e às nossas esperanças e planos, que simplesmente não vai acontecer? Não há maneira de fazermos compreender a nós próprios que o nosso destino é viver sozinhos numa casa pouco assolhada, com vista para a cidade, uma estante cheia de livros, uma prateleira no armário atoalhada de pacotes de chá e cinco gatos. Não é que isso seja mau de todo… Até podemos ser felizes, não precisamos de alguém para tal.
Já desde bem novos que imaginamos como será aquela pessoa com quem vamos para o altar. Falando por mim, sempre quis vestir um enorme vestido branco, colocar uma coroa de flores na cabeça e subir todas as escadas da igreja, pé ante pé, imaginando que aquela pessoa que estaria a esperar-me lá no fundo seria aquela que me fazia realmente, puramente e verdadeiramente feliz, tal qual uma criança com a sua guloseima favorita. E o que melhor pode alimentar uma romântica assumida que um desejo como este? Amar faz parte de mim. E mesmo que nunca ache reciprocidade verdadeira, eu vou sempre amar. Não sei viver sem isso. De qualquer das formas, mesmo uma pessoa como eu gostava de algum dia voltar a amar como amou outrora alguém que desapareceu por completo da sua vida. Uma pessoa que mudou e que provavelmente não voltarei a ver na vida. Só queria isso: voltar a amar como te amei a ti. E, se for possível, que essa pessoa sinta o mesmo. Nada melhor do que tornar todos os meus anseios, realidade.

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