sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

falta pouco

Ainda ando a tentar pôr um ponto final em todas as linhas que escrevi desta história interminável sobre o que fomos e o que somos, mas não tenho coragem. Sei que sempre haverá algo entre nós, mas que é como uma poeira que passa e volta. Vem tudo da minha imaginação. Tudo é nada, e hoje em dia para sempre é cliché.
Quem são essas pessoas que teimam dizer que amam sempre e para sempre? Oh, pois! Sou eu. Sou teimosa de coração; não esqueço o que me marca e relembro o que foi escrito nas páginas perdidas pelo vento, que decidiu por vontade própria espalhar as nossas linhas por esse mundo fora, sem o nome do autor no final. Por cada letra perdida nessas ruas abandonadas, foi tirado menos um dia ao meu viver. Eu depositava a minha vida ali, naquelas palavras que para muitos são maçudas mas que a mim... me dizem tudo. Tentei tirar a minha alma do fundo do poço, mas o que veio junto dela? Recordações. Nada mais do que isso. E quando me apercebi de que o peso que sentia nas costas era por causa delas, voltei a deixá-la ali, bem lá no fundo. Ando a tentar arranjar fôlego para mergulhar naquela água gelada, mais gelada ainda que esse meu órgão que permite o sangue viajar pelo meu corpo, e resgatá-la. Não há que nos temer a nós próprios. Mas há que ter cuidado! Quem se conhece sabe que não pode dar aquele passo, se sabe que esse irá levar a outro e a outro. Podemos dar passos de gigante, mas ainda mais de caranguejo - e eu tenho receio, porque não quero regressar. Quero olhar em frente, e ter a bravura de seguir a direção certa sem me massacrar muito. Mas falta pouco. Eu sei que falta.

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