sábado, 5 de março de 2011

sei-te de cor

Depois de todo este tempo, sempre que passas por mim ainda me arrancas um suspiro. Ainda assim, minto! São vários. É difícil tirar os olhos de ti. Sabes bem que seguir-te com o olhar foi das coisas que sempre mais gostei de fazer, e ainda fazes de propósito ao passar perto de mim para que eu possa sentir-te o perfume e aperceber-me da tua presença. Mesmo que esteja a meio de uma conversa, a meio de uma frase, ou até a meio de uma palavra, quando te pressinto tudo pára, o mundo pára, ou melhor: o meu mundo pára para te ver.
Sei-te de cor
. Gostas de levantar a sobrancelha esquerda quando sorris para mim, enquanto caminhas com mais pressa as tuas mãos balouçam do teu lado; tens um tique: de repente, em milésimos de segundo, viras a tua cabeça para a esquerda para ajeitar o cabelo, e ao mesmo tempo que o fazes, piscas o teu olho esquerdo. Adoro quando fazes isso. Tenho essa imagem como algo repetitivo na minha cabeça quando o meu mundo passa a ser a Lua.
Depois, quando me desapareces da vista, já ouço pessoas a gritarem pelo meu nome, a pedirem-me a atenção, e a acharem que naqueles breves segundos em que passaste por mim, me deu alguma coisa e eu simplesmente deixei de falar.
Aproveito todos os meros momentos em que consigo sugar a tua presença para dentro de mim. É como se conseguisse tocar-te, enrolar-te em mim. Como se fosses novamente meu. Talvez um dia o passado volte, talvez um dia nós ultrapassemos os simples sorrisos aos quais não me consigo habituar desde que és tudo para mim. E é disso que tenho receio. De não me habituar ao que deve ser o bastante para seguir em frente, ser feliz, ser novamente a pessoa que era antes de te conhecer. Querer sempre mais não é bom, não é uma qualidade. Em certas situações, pode tornar-se um defeito, uma obsessão. E o que quero de ti é amor, muito amor. Todo o amor possível e imaginável. Quero-te a ti, ao que fomos, ao que não somos, e ao que (se calhar) não seremos. E viver assim, nesta corda bamba terrível, deixa-me frustrada, com vontade de morrer.

19 comentários:

  1. que PERFEITO. omg o que tu escreves é tão lindo, tão sentido! ly.

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  2. oh fábi, não precisavas escrever pra mim zx
    está lindooooo, obrigada stá? LY MÚNTO, JOCAS COM MANTEIGA DA TUA IRMÃ.

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  3. está uma doçura, sabias? adoro esta tua escrita! <3

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  4. ohh *-* és uma fofinha! obrigada chata :b eu sei que é mentira.

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  5. mesmo, então depois quando tudo se desfaz, por algum motivo... ainda bem que gostaste :)

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  6. adorei, adorei, adorei. este texto transborda sentimento, e é incrivel a maneira como consegues transpôr para a escrita, estes sentimentos tão arrebatadores.
    adorei!

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  7. é verdade, e quando tem a capacidade de voltar a confiar em nós ainda é melhor.

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  8. Eu adoro os teus textos minha querida *.*

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  9. maravilhoso Fabiana, como sempre!
    tens o dom da palavra, sem dúvida*

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  10. Já passei por algo assim, é desesperante, o que ainda têm e deixaram em nós. Mas terás força para esquecer.
    Beijo *

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  11. AMEI! Eu sei o que é sentir isso, mas temos que conseguir ultrapassar :s

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