domingo, 6 de fevereiro de 2011

abandonado

Por entre essas ruas perdidas da praça,
eu encontrei-o.
A cara escondida entre as mãos,
e por entre essas também surgiam as lágrimas.
Sabia eu, que aquele era o seu lugar,
mas ainda assim parecia deslocado.
Pela noite dentro o seu violino enchia o silêncio,
tapando as lacunas deixadas pelas almas que aqui ficaram presas.
Pelas 4 da madrugada ia para o mar,
e abria as barragens que tapavam os seus olhos.
Os seus doces olhos...
Mas hoje, ainda não foram fechadas.

Quando me aproximo,
por entre as multidões de desentendidos,
as suas faces rosadas são mostradas ao mundo.
E os olhos que eu tanto desejava ver,
continuam límpidos como eu esperava encontrar.
Mas de repente, já ninguém passa.
Não há carros, não há burburinho de fundo.
Só ele, só eu.
E quando há algo dentro de si que o faz fervilhar,
as palavras são-lhe caladas na boca,
antes de eu poder colocar um ponto final no seu pensamento,
e substitui-lo por um suspiro meu,
enquanto os nossos lábios se moldam.

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