quinta-feira, 14 de outubro de 2010

letter number 19: to someone that pesters my mind

levas-me a pensar que não tenho o direito que existas, e quanto mais ter o direito de ser feliz enquanto perduras.
dás-me voltas à cabeça, e do meu cérebro fazes um nó.
achas que podes andar sempre a fazer-me isso? destroças-me mais a cada dia que passa por seres tão injusta, por levares o rumo que levas, e roubares-me o que mais amo. ofereces-me novas oportunidades, mas também mas tiras. tanto estás do meu lado, como contra mim. já reparaste que o que me fazes não se deve fazer a ninguém? mas também sei que não tens culpa, que apenas fazes o que te mandam, e que segues o futuro (à risca). mas porque é que por vezes não foges à regra a meu favor? não te custa nada fazeres quem te faz existir mais feliz de vez em quando...
mas, repito, és das coisas mais injustas que conheço. dás-me algo, fazes-me amar o que me dás, viver do que me dás, sonhar com o que me dás, querer mais e mais do que me dás; e do nada, tiras-me esse tudo. leva-lo para longe. mas sabes no que ainda acredito? que no futuro voltas-mo a devolver - inteirinho - e pronto para lutar comigo contra tudo e todos. penso que apenas me fizeste isto para te viver de outra forma (não tão boa como a anterior e a que virá) e me preparar para enfrentar tudo o que for preciso para ter direito ao meu futuro. talvez nesse dia tu me faças feliz, minha querida destinatária.
mas peço-te uma coisa: vê se me dás uns doces de vez em quando, uns reconfortos. algo que me faça querer que existas. porque um dia destes... não sei o que será. talvez te ponha fim? talvez me veja livre de ti? vai dar tudo ao mesmo. mas se não queres desaparecer junto dos átomos que me compõem, porta-te bem. ou então diz-me porque não te portas, para que eu possa mudar o que faço mal e assim possamos as duas ficar de bem uma com a outra.
a tua fonte de existência própria está longe, mas a tua - minha - alma grita e gritará por ela para sempre. é mais do que automático. não é preciso carregar em nenhum botão nem ligar à electricidade. é involuntário e único. mas agora teremos, ou melhor, terás de continuar esse teu rumo, para que daqui a uns tempos voltemos a cruzar-nos com o que mais amamos. deixemo-nos de preocupações! ainda és nova, pouco exististe, apenas faz-me aproveitar-te.
mas prometo que no fim tudo será como já te disse tantas vezes.

para a minha vida.

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