quinta-feira, 16 de setembro de 2010

letter number 10: to someone I don't talk as much but who I'll like to

escrevo-te a ti, doce estranho conhecido.
depois de tanto tempo já não tenho bem a certeza se alguma vez falei contigo, mas lembro-me de escrever num dos meus textos que falaste comigo. onde é que andas? não sobrevoas nem te tornas actor principal do elenco dos meus sonhos há imenso tempo. andas perdido?
o tempo foi passando e eu nem dei pela tua ausência pelo mais profundo do meu cérebro. se queres que te diga, não senti a tua falta, mas hoje lembrei-me de ti. tornaste os meus sonhos bons. nunca mostraste a cara ou deste provas de quem eras - absolutamente nada. eras apenas uma pessoa que me dava a mão e que fazia com que os meus sonhos pudessem ser realmente chamados de sonhos. gostava que pudesses voltar, sei lá, durante umas noites de vez em quando? na verdade, também me lembro de na manhã seguintes aos sonhos contigo ficar muito abalada e sentir-me terrivelmente mal, por ser apenas um sonho. um sonho... já reparaste que muitas das vezes conseguimos controlar os nossos sonhos? por isso é que naqueles tempos eu sonhava contigo - nem sei quantas vezes foram. uma? duas? - porque precisava de ti. precisava de um amparo, um abrigo, algo confortável a que me agarrar para não cair do precipício. e naqueles momentos, o facto de conseguir sonhar fizeram com que eu não caísse. foste o meu herói. acho que começo a exagerar... não és tu apenas um sonho? e aquela situação por que passava não era assim tão horrenda. uma simples situação de adolescente sem importância nenhuma (até eu me esqueço dela quase todo o tempo).
mas volta quando quiseres. és uma boa companhia. volta e dá-me a mão outra vez, (des)conhecido. tens todo o tempo do mundo. e eu sei que chegarás quando eu mais precisar. mas espera! ultimamente precisei de ti muitas vezes... porque não apareceste? começas a faltar vezes demais.
sabes que mais? não voltes. eu não voltarei a precisar de ti. ou não, corrigo-me: volta.
esquece tudo isto. faz como quiseres. ou voltas, ou ficarei eu e o meu sofrimento, os dois enrolados numa trança igual à de uma criança. eu vou-me aguentar, sou forte (?). e tu não terás de fazer horas extras em sonhos.

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