sexta-feira, 13 de agosto de 2010

letter number 3: to my parents

mãe,
primeiro escrevo-te a ti, que sempre estiveste presente, em todos os momentos.
apesar de por vezes parecer que não me entendes, eu sei que lá no fundo tu foste como eu sou. a rebeldia não fazia bem parte de ti, talvez só mesmo um pouco. somos
muito parecidas: tagarelas, sem 'tento' na língua, brancas como a neve, olhos verdes cor da floresta. mas eu adorava ter uma coisa que tu tens: a tua grande força. sim, tu tens uma grande personalidade, e por vezes não sei como consegues aguentar os problemas. ainda à pouco tempo nós as duas passámos por um momento horrível - só nós - e enquanto eu já gritava para tudo aquilo não acontecer tu estavas calma, a dar parte da tua força a quem sofria à frente dos nossos olhos... a quem estava a passar para o infinito entre as nuvens. nunca vou esquecer esse dia, e principalmente nunca me vou esquecer que fomos nós as duas as últimas pessoas a quem ela disse adeus.
eu gosto muito de ti. apesar de passar a maior parte do nosso tempo a refilar-te e a tratar-te um pouco mal, sabes bem que isso faz parte desta fase da minha vida. por vezes sou injusta, mas eu sei que só queres o meu melhor e estás sempre do meu lado. peço-te desculpa pelas vezes que errei... errar é humano, não é?
agora, só me resta agradecer tudo o que fazes por mim: porque eu sei bem que tu me conheces como a palma da tua mão, sei bem quantos sacrifícios fazes por mim. dás tudo pelo meu bem-estar. tenho orgulho em ser tua filha e em ter o nome da tua família do meu próprio nome.

pai,
estás longe. falo em distâncias porque mesmo estando longe, estás bem informado acerca do que faço e do que não faço. digo-te: nesta casa a tua opinião vale ouro. e as tuas palavras espontâneas tornam-se em aço verdadeiro - tem tudo de ser feito.
a minha personalidade é muito parecida com a tua: somos teimosos, achamos que somos sempre nós que temos razão, e talvez seja por isso que por vezes faiscamos. mas eu não me importo, porque tal como a mãe, sei que tu apenas desejas o melhor para a tua filha. isso é o normal para todos os pais. quando voltas, a casa fica diferente... mais preenchida. nota-se bem a diferença de quando não estás para quando estás. sabes? fazes falta lá, e eu... sinto saudades tuas. acho que a distância não fez com que tivéssemos a proximidade devida de pai e filha, porque esta é uma altura da minha vida em que mais me afeiçoo às pessoas. mas tu sabes que eu te amo, como é óbvio, é um amor que já nasceu comigo e que nunca vai desaparecer. até porque esta distância é mesmo para edificar o meu futuro, e para eu conseguir ter mais hipóteses de ter tudo o que quero. portanto a ti, também te devo agradecimentos. por tudo o que fazes.

lamento não ter escrito esta carta dois em um, apenas não o fiz porque vocês são muito diferentes um do outro. mas eu amo-vos assim, tal e qual como são.

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