sábado, 10 de abril de 2010

dezanove


porque é que por vezes o peso da nossa cabeça triplica? porque é que a nossa consciência é que por vezes faz o nosso peso? os motivos: um pequeno pedaço nós vai-se, e nós achamos que não vamos sentir falta dele, que a dor é passageira, mas quando menos esperamos descobrimos que esse pedaço - aparentemente insignificante - é a nossa essência. talvez a palavra certa para esse pedaço de nós seja o motor, como nos carros. sem esse pedaço não somos nada, e desatamos para aí a despedaçar os outros em bocados cada vez mais pequenos. desmembramos laços, sonhos, olhares, sentimentos. desmembramos uma só pessoa em pó. desfazemos tudo, apenas com a nossa dor. a nossa consciência tem sempre motivos para pesar. e esses motivos levam-nos a outros motivos.
e quando a pessoa que mais amamos vai embora? e quando o porquê dela se ter ido embora foi nós próprios nos termos ido embora da vida de outra pessoa? a falta de nós provocou o distúrbio total.
e quando queremos ser alguém acima de todos os outros, como se mandássemos, e isso acaba também por provocar o tal distúrbio? ser outro dos motivos? minimizar os outros, fazê-los sentir inferiores. calca-los. espezinhá-los. deitá-los abaixo.
porque quando achamos que o nosso futuro está mais que programado - vamos apodrecer no meio de quatro paredes - talvez isso nem seja assim. talvez as causas nos ilibem do que achamos ser o nosso fim, a colisão de todos os sentimentos com os acontecimentos.
quando achamos que com um simples acto a tortura se vai, o simples acto torna-a permanente.
como uma cicatriz.
a dor leva à dor. e os nosso actos podem mudar tudo.
em 19 minutos podemos parar o mundo.

(Dezanove Minutos - Jodi Picoult. ACONSELHO!)

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