domingo, 13 de setembro de 2009

dream.


Não sei, não me lembro bem. Sei que antes não éramos os melhores um com o outro, tenho essa sensação, mas sem certezas. Só me lembro de sentir frio, de aconchegar a minha pequenina menina no meu casaco e de sentir o teu braço na minha anca, a empurrares-me para ti para me aquecer. Foi só assim, simples, e inesquecível. Uma imagem que não me sai da cabeça apesar de ser apenas imaginação, fruto dos meus sonhos. Eras simples. Não me lembro de como era a tua cara, mas eras perfeito. Em silêncio fizeste algo que necessitava. Em silêncio fizeste-me achar que tudo aquilo era o que eu desejava, tudo o que precisava para me sentir realmente feliz. Foste a chave no meio dos meus sonhos perdidos pelos dias. Mas és uma ilusão, e não se vive de ilusões. Apenas te deixo no rasto da memória, meu querido e terno amigo. Não te dou importância a mais, mas não sei como avaliar o meu sonho. Sei que é tudo o que quero, mas será que terei em breve? Ou será apenas a carência a falar por mim? Se esta noite me deres a mão outra vez, jura-me que sempre ma darás dessa maneira noutro corpo, jura, jura que ficas junto a mim. Não quero que prometas, as promessas, essas, não são inquebráveis. As juras sim, são inquebráveis. Jura-me tudo isso, que eu juro que te amarei dessa forma que tanto quero, sejas tu quem fores. Amar em silêncio, ser amado em sonhos. Ter esse carinho tão distante, tão vazio. Sei que em segredo toda a gente tem este tipo de sonhos, mas não quer revelar com a vergonha de ter-se sentido bem num sonho. Mas é uma coisa normal. Sonhos, somos nós próprios que os fazemos, com os nossos desejos e medos. Quero sonhar outra vez contigo, mero desconhecido. Quero a tua mão junto da minha. Vagueio por caminhos incertos, chuto pedras e magoo os pés, deixo migalhas pelo caminho no meio dos sonhos para conseguir voltar para casa, deitar-me na cama e chorar. Chorar porque tudo o que agora fazia parte de mim eram sonhos e não podiam ser tornados algo de carne de osso. Chorar pelas oportunidades não aparecerem. Chorar por querer algo mais profundo, e não fútil como tenho vindo a ter. Chorar porque faz parte, porque faz bem lavar a cara em lágrimas. Salto de liana em liana na selva da minha imaginação à espera de te encontrar mais uma vez entre uns dos arbustos, em cima dum tigre, dentro de uma gruta. Caminho entre as nuvens dos meus pensamentos nocturnos à espera de te ver nas asas de um anjo ou até mesmo a tocar uma harpa. E, na realidade, caminho entre multidões à espera de te encontrar sentado numa cadeira, a conversar com alguém, num sítio escondido a chorar. Apenas quero encontrar-te, porque para já, repito, és uma ilusão.

5 comentários:

  1. já tive um sonho assim. sentimo-nos tão bem, tão amadas, e depois quando acordamos vemos que passou tudo de um sonho. é frustrante :|

    força, amo-te

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  2. não falamos há tanto tempo, ou pouco, e só a por ler os teus textos, sinto que te conheço tão bem :) amo-te

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