sábado, 18 de julho de 2009

cry


a luz do dia nasce, e as notícias aparecem; os corações desfazem-se em pedaços de água. gotas. as oportunidades aparecem, e desaparecem num piscar de olhos. Tanto me sinto a voar sobre as estrelas, como no fundo do poço, sem ar. A vida pára por momentos, e nós pensamos porque estamos aqui, para que respiramos, para que temos coração. para aprendermos que os nossos erros têm um castigo vezes e vezes sem conta durante o resto das nossas vidas? só se for. nesses momentos em que a vida pára, eu penso nisso. sinto como se uma mancha escura envolvesse o meu pequeno orgãozinho e o apertasse contra si, com força e mais força, acabando por desmanchá-lo numa gota de sangue - uma mísera e idiota poça de sangue sem valor. uma corda puxa os meus pulmões de um lado para o outro para assim me fazer tremer. os dedos dos meus pés não páram de se mexer com o entusiasmo horrível de todo o meu corpo, o meu pequeno corpo triste. as notícias correm por todos os ouvidos com fome da descoberta, até que os meus, que nada queriam ouvir, sentem o cheiro a fracasso. sim, sentem o cheiro. a vontade de se atirar de uma serra volta, e junto dela as gotas, fazendo os meus olhos ficarem mais claros, mais brilhantes, mais fracos. E ela cai, a maldita lágrima cai. Não posso deixar-me levar, mas o controlo é pouco. O corpo cai com falta de força, nem as mãos nem os pés mexem, a boca fecha num suave traço e os ouvidos fecham-se. O barco que antes eu achava ser romântico deixou-me náufraga de um cruzeiro que dura e que parte sem mim.

1 comentário:

  1. .........isto é de tua autoria.........se é ....desde que efectivamente de para ganhar alguma coisa.....tudo bem ...senäo ...enfim ......

    ResponderEliminar