sexta-feira, 9 de julho de 2010

vá, olha pra mim

estás a ver agora a minha cara? estás? não. não tens sequer coragem de olhar para mim, quanto mais para os meus olhos. tens medo, eu sei. tens medo que eles te façam fraquejar e te aproximem demais de mim. é isso, não é? mas digo-te... realmente é bom que tenhas medo. pois a profundidade com que eles olham para ti é a mesma com que olham o sol e a lua. porque tu és tudo e mais que tudo para mim.
mas eu também receio que me olhes. não tenho a certeza que expressão devo esperar de ti, sabes? é que neste momento, as lágrimas escorrem-me pela cara e eu sinto o seu sal nos meus lábios. não as consigo fazer parar, como se os meus olhos fossem um riacho e tu fosses o senhor de todas as águas. porque és tu e o facto de não quereres olhar para mim que me deixa assim: vazia.
agarras-me a mão e segues as linhas da palma, e nos sítios onde tocas deixas linhas de fogo, e vais marcando caminho. o teu toque deixa-me cicatrizes.
vejo uma lágrima tua cair-me nas mãos, e junto-as. junto também as minhas lágrimas às tuas lágrimas, e deixo-as secar.
será que te posso juntar a mim para podermos secar como as sementes e, assim, amadurecermos juntos? talvez os nossos ramos se cruzem. mas peço-te: olha para mim, agora. não percas tempo. preciso de dizer que te amo antes que te vás embora e me deixes aqui.
but, wherever you'll go, I'll be there, my love. my forever love.

tens um espacinho para mim na tua mala de viagem? por mais mínimo que seja, eu adapto-me. tudo por ti, meu amor. porque apenas tu consegues parar o riacho, e mudar o sentido da maré.
leva-me para todos os sítios que fores, como teu amuleto. levas-me? dá-me outra vez a mão, e deixa-me desenhar nela alguma coisa. uma coisa qualquer... algo que te faça lembrar de mim. porque sabes, eu não tenho nada.
minto, eu tenho uma coisa: o meu amor por ti. mas isso eu não posso dar-te, porque é o que me faz viver.
depois de te deixar essa recordação, eu prometo que me vou embora. agora, dá-me a tua mão.

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