quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

E depois do S. Valentim, o que vem?


Li por aí uns quantos excertos que pediam, a todo o custo, que se vivessem os restantes dias como normalmente se vive o décimo quarto do segundo mês do ano. É verdade. Fomo-nos deixando levar por dias fantasiados de temas, mas a verdade é que não podemos negar que gostamos. Gostamos, principalmente, de amar. E dias para valorizar ainda mais? Venham eles.
É verdade, devia ser sempre. O S. Valentim devia sobrevoar em nós todos os dias, todas as horas, todos os minutos. Mas temos de lhe dar um descanso – que sejamos nós o nosso próprio S. Valentim.
Foi mais ou menos como nos filmes, tirando o facto de que as nossas vidas nunca são tão perfeitas como lá – mas assemelham-se. Apareceste de repente, quando menos esperava, e viraste-me o universo (porque o mundo é pouco) de cabeça. As cores dos dias mudaram: passaram de um tom mais invernoso para outro mais vivo e forte – mostraste-me as verdadeiras cores. O céu deixou de ter um tom azul-escuro para ser brilhante e ofuscante, tal como nos dias de verão. O sol queima-me mais as bochechas e o frio, esse, foge de rompante de cada vez que te aproximas. As horas passaram a ter outro significado porque começaram a rastejar como caracóis durante uns dias, e a correr como lebres noutros. No entanto, cada minuto tem um sabor doce e que parece permanecer na boca durante dias a fio.
E depois do S. Valentim, o que vem? Vens tu, a tua vida, as tuas qualidades, os teus defeitos, os teus pensamentos, os teus sentimentos e emoções, o teu coração, a tua mão, as tuas palavras, os teus silêncios, os teus medos e dúvidas, o teu passado, o teu presente e o teu futuro. E tudo aquilo que mais queiras trazer. Temos espaço para guardar isso e muito mais.
Antes do S. Valentim, já tinhas chegado.

E depois dele, o que vem? Tu. Que permaneces. Sempre.