Li
por aí uns quantos excertos que pediam, a todo o custo, que se vivessem os
restantes dias como normalmente se vive o décimo quarto do segundo mês do ano.
É verdade. Fomo-nos deixando levar por dias fantasiados de temas, mas a verdade
é que não podemos negar que gostamos. Gostamos, principalmente, de amar. E dias
para valorizar ainda mais? Venham eles.
É
verdade, devia ser sempre. O S. Valentim devia sobrevoar em nós todos os dias,
todas as horas, todos os minutos. Mas temos de lhe dar um descanso – que
sejamos nós o nosso próprio S. Valentim.
Foi
mais ou menos como nos filmes, tirando o facto de que as nossas vidas nunca são
tão perfeitas como lá – mas assemelham-se. Apareceste de repente, quando menos
esperava, e viraste-me o universo (porque o mundo é pouco) de cabeça. As cores
dos dias mudaram: passaram de um tom mais invernoso para outro mais vivo e
forte – mostraste-me as verdadeiras cores. O céu deixou de ter um tom
azul-escuro para ser brilhante e ofuscante, tal como nos dias de verão. O sol
queima-me mais as bochechas e o frio, esse, foge de rompante de cada vez que te
aproximas. As horas passaram a ter outro significado porque começaram a
rastejar como caracóis durante uns dias, e a correr como lebres noutros. No
entanto, cada minuto tem um sabor doce e que parece permanecer na boca durante
dias a fio.
E
depois do S. Valentim, o que vem? Vens tu, a tua vida, as tuas qualidades, os
teus defeitos, os teus pensamentos, os teus sentimentos e emoções, o teu
coração, a tua mão, as tuas palavras, os teus silêncios, os teus medos e
dúvidas, o teu passado, o teu presente e o teu futuro. E tudo aquilo que mais
queiras trazer. Temos espaço para guardar isso e muito mais.
Antes
do S. Valentim, já tinhas chegado.
E
depois dele, o que vem? Tu. Que permaneces. Sempre.